sábado, 29 de outubro de 2011

Entrega






Querido, me dê a sua mão
Venha e nada tema!
Deixe a luz do meu amor
Te envolver por completo.
Entregue-se a esse sentimento
Tão belo e profundo.
Deixe cair a máscara do medo
E venha a mim, despojado
De todos os sentimentos
Que não sejam
O carinho, o desejo e o bem querer
E assim o nosso amor
Será como a mais bela canção
Ecoando, infinitamente,
Por todos os tempos.

Katia Y Toguchi

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mecanismos da reencarnação




A gravidez é também um estado psicofísico, emocional, que envolve o homem, juntamente com a mulher, no desempenho da função procriadora de um novo corpo físico, com a participação direta, consciente ou inconsciente, do espírito reencarnante.
Portanto, no mínimo três individualidades estão diretamente envolvidas na dinâmica da gestação de um novo corpo físico.
O homem, em particular, precisa se educar e se auto-educar, no sentido de assumir e desempenhar a função da paternidade em toda a sua abrangência e plenitude conscientemente, não transferindo à mulher toda a responsabilidade na ação co-criadora da gestação de um corpo físico de um filho ou uma filha.
Preliminarmente, destaca-se a interação bioenergética anímico-mediúnica das partes interessadas na ação co-criadora da paternidade-maternidade, na dinâmica da gestação. Tal intervenção se faz consciente ou inconscientemente, além daquela psicofísica, em nível biológico propriamente dito.
Por que interação anímico-mediúnica consciencial? É de conhecimento geral que as dimensões biológicas, psicológicas, emocionais e sentimentais são componentes dinâmicos da gestação de um corpo físico para ser veículo da consciência individual reencarnante, na condição de filho ou filha. Com a interação anímico-mediúnica não há o mesmo reconhecimento. Entretanto, efetua-se nas diferentes fases da gravidez, desde a etapa que precede o grande momento da fecundação biológica, prossegue ao longo de todo o período gestacional e culmina com a fase do parto propriamente dito, ocorrendo com maior ou menor freqüência ao longo da vida de relação da vida familiar entre pais, filhos e irmãos nas mais variadas circunstâncias.

Interação mente-matéria

Tal interação se processa através das funções Psi, inerentes ao psiquismo dos pais gestantes e filho ou filha reencarnantes durante a gestação propriamente dita, através de percepções extrasensoriais.
Não se conhece ainda, em detalhes mais profundos, o dinamismo psicofísico, sensorial e extrasensorial de tal processo mento-afetivo, que não se circunscreve apenas à dimensão biológica, mas inclui também a psicológica – a emoção, o sentimento e a maior ou menor lucidez cognitiva consciencial.
Mas o que se pode afirmar, a partir do conhecimento parapsicológico das funções Psi (divididas em Psi-gamma – telepatia, clarividência e clariaudiência – e Psi-Kappa – ação da mente diretamente sobre a matéria) e dos informes dos espíritos, é que a mente reencarnante exerce sua ação teledinâmica através de campos bioenergéticos modeladores e organizadores do perispírito, interferindo na organogênese do corpo físico, com a correspondente participação dos pais gestantes. A análise de fatores intervenientes nesse processo de interação dinâmica pressupõe a constituição fisiopsicossomática do homem, cuja anatomia fisiológica é composta de outros corpos energéticos mais sutis, que servem de substrato para a composição do sistema ternário humano (corpo, espírito e perispírito) quando encarnado do ponto de vista espírita, especificamente, ou do sistema septenário, na visão de escolas espirituais orientais, sem nenhum antagonismo excludente, mas implícita e explicitamente complementares. Nesta oportunidade, não se pretende aprofundar na complexidade bioenergética da individualidade em sua dimensão extrafísica.
Entretanto, é necessário que se esclareça que, além do complexo desse sistema de interação bioenergética, o homem e a mulher que se propõem a assumir a responsabilidade da paternidade e da maternidade estabelecem um campo bioenergético extrafísico, psicodinâmico, ideoplástico, anímico e mediúnico, que pode favorecer a atração do espírito ou consciência preexistente que vive no mundo espiritual como desencarnado; no respectivo plano consciencial, compatível com o grau de evolução moral alcançado.

Princípios Fundamentais

Propomos os seguintes princípios fundamentais do processo de gestação à luz do Espiritismo:
O ser humano é um espírito ou consciência individualizada, dotada de razão, instrumentalizada pela linguagem, livre-arbítrio, instinto, memória, emoção e sentimento;
O espírito ou o eu-consciência é arquiteto de seu próprio destino, em obediência às leis da vida: evolução, reencarnação, ação e reação ou lei do carma e lei do progresso, através da qual expande a consciência rumo à plenitude do ser;
O espírito desencarnado preexiste à formação do seu corpo físico, pensa, sente e age de acordo com o seu estágio de evolução cognitiva, sentimento e moralidade, no respectivo plano consciencial e extrafísico;
Em obediência ao principio universal de afinidade, sintonia e ressonância, quando oportuno ou necessário, o espírito, em função de sua necessidade de realização e auto-realização, vê-se na contingência de "um novo renascer" no plano físico para prosseguir sua evolução planetária;
Nessa fase de sua evolução, de acordo com sua maior ou menor autonomia volitiva, necessidade e merecimento, se propõe e/ou se dispõe a participar do planejamento de sua nova e futura reencarnação;
O planejamento reencarnatório envolve complexas medidas dinâmicas e teledinâmicas de natureza bioenergética no plano extrafísico, de acordo com a "Genética Espiritual" e lei de ação e reação que estabelecem as condições orientadoras na execução do plano reencarnatório individual, de modo a permitir que cada espírito herde de si mesmo, com a contribuição de seus pais no plano físico;
Tal planejamento é orientado e administrado nos planos extrafísicos por entidades de elevada sabedoria e hierarquia espiritual.
A maior parte da humanidade terrestre, encarnada e desencarnada, ainda se encontra nos primeiros estágios de evolução. Goza de autonomia muito restrita e não tem condições de usar o livre-arbítrio com discernimento;
Quanto maior for o grau de evolução consciencial ao longo de seu continuum histórico palingenésico maior será a participação direta do espírito reencarnante em todas as fases do planejamento e execução de sua própria reencarnação, sob a assistência técnica dos "geneticistas" e "embriologistas", podendo participar da modelagem do futuro corpo físico, em obediência às leis da "herança espiritual" condicionantes da herança psicofísica biológica.
O espírito encarnado ou desencarnado é assistido nas suas necessidades de auto-realização e progresso de acordo com a lei de merecimento;
O espírito candidato à nova experiência reencarnatória no plano físico passa por uma fase preparatória de análise e auto-análise através de um processo de profunda introspecção, mediante urna visão retrospectiva de sua história pessoal, valendo-se dos registros de sua memória absoluta, vê com clareza e em detalhes esclarecedores as ações pretéritas, podendo ser assessorado pelos mentores no planejamento de um novo projeto reencarnatório. Após esse exame analítico consciencial, cada espírito entra em uma nova etapa de programação da futura existência, em função de sua herança espiritual;
Providências gerais e específicas são tomadas no sentido de conjugar harmonicamente o livre-arbítrio e o determinismo da lei de causa e efeito, objetivando sempre o progresso e o aperfeiçoamento individual e coletivo;
Em obediência à lei de sintonia, afinidade e ressonância, cada espírito encontra-se ligado ao respectivo grupo familiar e racial, ao seu povo ou nação, ao longo do continuum histórico palingenésico;
Desse modo, a escolha do grupo familiar e dos futuros pais obedece aos princípios gerais das leis citadas, em consonância com a respectiva herança consciencial, psicológica e espiritual. Essa herança fica registrada na memória genética perispirítica através das matrizes Psi dos respectivos genes. Estes irão se expressar por meio do genótipo ou fenótipo no plano biológico, através da organogênese do futuro corpo físico, com a contribuição biogenética dos respectivos pais.

Processo Reencarnatório

Estabelecidas as diretrizes gerais e específicas para a viabilidade do planejamento reencarnatório, o espírito reencarnante entra na fase préreencarnatória, cujo tempo de execução varia de acordo com as características e necessidades específicas de cada individualidade, levando em conta todos aqueles princípios já explanados.

Fase preparatória

Ocorre, nesta fase, na dimensão extrafísica:
Escolha dos futuros familiares e pais biológicos, em função de compromissos, comprometimentos e vinculações cármicas:
Estabelecimento do programa geral de futuras realizações e auto-realizações no plano físico, tendo em vista os objetivos educativos a serem atendidos;
Prévia escolha ou determinação de sexo genético, que se verifica de acordo com a respectiva sexualidade e características genético-espirituais do reencarnante e segundo determinantes cármicos conscienciais preexistentes, tendo em vista futuras realizações;
Definição do tipo de reencarnação: compulsório ou de livre escolha; provacional; expiatória; sacrificial ou missionária;
Execução do plano de associação e vinculação psicodinâmica, bioenergética, mental e afetiva - essa fase inclui os futuros pais gestantes e demais familiares, segundo as necessidades de harmonização, entendimento, apoio mútuo, afinidade, sintonia e ressonância.
Em conseqüência das necessidades e exigências específicas de bem cumprir os imperativos naturais das leis da vida, já citadas, nessa etapa da fase preparatória, o espírito candidato à nova reencarnação passa a conviver no clima psicofísico e emocional dos futuros pais em especial, interagindo dinamicamente com os mesmos, procurando estabelecer as melhores relações de sintonia, afinidade e ressonância indispensáveis ao êxito da concretização do complexo e laborioso planejamento reencarnatório. Múltiplas operações bioenergéticas e magnético-espirituais podem ser realizadas pelos espíritos construtores nas intervenções que se fizerem necessárias na organização perispirítica do reencarnante. Para poder efetivar a ligação com a célula-ovo no zigoto, a partir da fecundação propriamente dita, ocorre previamente no plano extrafísico, a miniaturização, que se caracteriza pela redução da forma perispirítica.
Com base na análise dos mapas cromossômicos e organogênicos, tais intervenções se fazem no sentido de orientar a modelagem bioenergética e genético-estrutural referente à embriogênese e morfogênese do futuro corpo físico, em consonância com a herança cármica e o programa de realização na nova experiência reencarnatória.
Efetuadas as operações de imantação e ligação do perispírito da consciência do reencarnante à célula-ovo, no terço médio da trompa de Falópio, segue-se a nidação no útero materno, com a participação mento-afetiva dos pais gestantes e do filho ou filhos reencarnantes.

Fase Organogênica

Após a fecundação propriamente dita, inicia-se a fase organogênica, envolvendo embriogênese, histogênese e morfogênese, em obediência às leis biogenéticas, culminando no crescimento e desenvolvimento do corpo físico que virá a nascer posteriormente.
Na realidade, para o novo corpo físico é nascimento, mas para o espírito reencarnante é um novo renascimento. À medida que se processam as fases embriológicas e organogênicas, culminando no crescimento e desenvolvimento do feto, o reencarnante vai adensando o seu perispírito miniaturizado e, conseqüentemente, vai entrando num estado de bloqueio de memória, com o esquecimento total ou parcial de suas vivências reencarnatórias anteriores.
Essa é uma das causas do esquecimento, que constitui um mecanismo de defesa e autopreservação de natureza neurofisiológica, psicológica, consciencial e, sobretudo, de ordem ética.
As idéias deste artigo são resultado de um esforço de teorização sobre uma experiência que está em pleno desenvolvimento. Por isso, o que aqui registramos poderá ser aprofundado ao longo do tempo. Novos conceitos poderão ser propostos. A educação de pais gestantes à luz do Espiritismo é uma necessidade urgente que se situa no âmbito das finalidades educacionais e terapêuticas da casa espírita, numa perspectiva mais ampla que relaciona o Espiritismo com as áreas da educação, higiene e saúde.

 
Revista Cristã de Espiritismo
Autor: Dr. Cícero Marcos Teixeira

Herdeiros da luz




O homem está jornadeando num reino de luz.

A Terra é um agregado gigantesco de átomos luminosos, através do movimento a que se vê impulsionada pelos princípios da gravitação.

Todos os elementos conhecidos e aqueles outros ainda não catalogados na química tradicional se constituem na base da luz.

Cada átomo, em si, é um sistema de força em que núcleos de energia e recursos-satélites se aglutinam para a composição das formas em que a vida se manifesta.

Todos os minerais, plantas e animais, sejam quais forem, se organizam em agentes de luz.

Dos céus aos abismos, o clarão solar varre todos os recantos, fornecendo radioso alimento a tudo o que existe.

Das usinas do Sol nas quais se nos entretecem as energias, emergem todos os ingredientes que asseguram a existência das criaturas, acalentando a vida que se eleva, em forma de inteligência, para os cimos da evolução.

Apresentamos semelhante quadro de modo a certificar-nos de que as bases de todas as revelações da Sabedoria Divina se alicerçam na luz.

Diz a Bíblia que o Criador, antes de tudo, fez a luz por elemento básico do Universo.

Jesus nos adverte: – "Deixai que a vossa luz brilhe diante dos homens".

E, nos domínios da luz, os filhos de Deus – nós outros, os espíritos eternos – vivemos imersos na luz, promovendo a construção de destino melhor, através do uso de nosso livre arbítrio.

Por isso mesmo, convém lembrar que os herdeiros da luz que somos todos – já que a luz é para cada um de nós aquilo que a corrente oceânica representa, em si, para o peixe que lhe atravessa os campos de força – temos conosco a faculdade de gerar a sombra.

Acordemos para a luz, aplicando-a na formação de novas bênçãos de luz.

Por muito que sejam sonegados pela inteligência interessada em domínio, os poderes espirituais que nos regem nunca receberam as dificuldades que assacamos contra eles, em forma de indiferença ou de injúria.

Os mestres na escola compreendem os impulsos de agressividade da criança e os médicos num hospital não consideram as reclamações indébitas dos doentes.

Urge avançar, melhorar, elevar, sublimar, e estamos convidados a isto.

Exercer a caridade e a benevolência é criar mais luz; disseminar a concórdia e o progresso é estender a luz e ampliá-la.

Perdão é sustentação da luz; esperança é a preservação dela.

E, sobre todas as forças da Vida Espiritual a que nos é possível recorrer, o Amor é o Sol Divino irradiando, onde esteja, tudo o que é belo e bom, grande e santo.

Esperamos o futuro, esforçando-nos para que a luz de Deus em nós venha a brilhar cada vez mais.

Muito próxima vemos a época em que as sombras de nossa própria alma – ou melhor, todas as sombras criadas por nós mesmos em nossas próprias almas – serão capituladas na patologia comum.

Radiografaremos o novelo mortífero do ódio qual observamos a presença do carcinoma onde surja e se desenvolva.

Fotografaremos a tristeza e o desânimo, a inveja e o ressentimento, e concluiremos com segurança sobre as calamidades de nosso próprio mundo íntimo, quando os nossos desequilíbrios de espírito estabelecem, dentro de nós e conosco, a introdução às doenças.

E, por isso mesmo, a ciência curativa se baseará no amor, que o Cristo nos legou, isto é, no uso da luz de que dispomos para extinguir as trevas.

Perturbar é ensombrar e construir será iluminar sempre.

Abençoemos a Vida, a fim de iluminá-la. Aceitemos os nossos obstáculos e provas a fim de revestir de luz o caminho a trilhar.

Ajustemo-nos às Leis Divinas. Deus é Amor e o Amor é Luz Divina.

Todos somos chamados a multiplicar os Valores de Deus em nossas mãos, porque, onde estivermos, somos todos nós de Deus, dentro da Vida e do Universo, aprendendo, pouco a pouco, a refletir Deus, criando o bem que é a luz permanente da Vida, em favor de nós mesmos. Sigamos adiante. E conservemos a certeza de que unicamente pela Ação do Bem de Todos conseguiremos traçar a senda para o Mais Alto, onde a Luz Divina nos reunirá e abençoará para sempre.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caminhos de Volta. Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vida





Agradeço Senhor,
Cada afeição querida
Com que me deste a vida
Alegria, esperança, entendimento, amor!

Enaltece, por mim, a amizade que vem
Resguardar-me a fraqueza em caridade infinda,
Sem perguntar porque não posso ainda
Entregar-me de todo a prática do bem.

Sê louvado Jesus, pela criatura boa
Que me escora no caminho.
Estendendo-me paz, reconforto e carinho
Toda vez que me encontra, auxilia ou perdoa.

Faze brilhar, no mundo, o olhar branco e perfeito
Que me tolera as faltas, de hora a hora
Que me percebe o anseio de melhora
E me ensina a servir sem notar meu defeito...

Santifica, na terra, o ouvido que me escuta,
Sem espalhar a queixa e as aflições que faço,
Nos erros que cometo, passo a passo,
Nos meus dias de mágoa, sombra e luta!...

Abrilhanta, onde esteja, aquele coração.
Que me acolhe nos dons da palavra serena
E nunca me censura e nem condena,
Quando me vejo em treva e irritação.

Reclama de esplendor para a Glória Celeste
A mão, cuja bondade, em júbilo, proclamo,
Que me socorre e ampara aqueles que mais amo
No refúgio do lar que me fizeste

A Ti, Jesus, meu pálido louvor!...
Pelo gesto mais leve e pequenino
Das santas afeiçõesd que me deste ao destino.
Agradeço Senhor!....
 

          Maria Dolores 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O pensamento





Mil idéias vão surgindo, percorrendo meu pensamento em frações de segundos.

Refletir e analisar-me ou apenas sentir as emoções me dominando por completo. É isso que nos torna diferentes dos outros animais. Ter sensibilidade de poeta, mesmo num pequeno intervalo de tempo, deixando aflorar todos os sentimentos, sejam eles felizes ou melancólicos, poéticos ou satíricos, românticos ou intelectuais.

Embarco nessa viagem e o meu pensamento flutua no Universo. Brinco com as estrelas, admiro a Lua, reverencio o Sol, "de carona na cauda de um cometa", volto à Terra. Rolo pelo mato, tomo banho de cachoeira. Sinto o delicado perfume das flores, percorro campinas e lá estão as crianças correndo, sorrindo para o mundo.

E as ondas vão e vem. Vejo a infinita beleza nas profundezas do oceano, a variedade de animais colorindo o azul do mar.

A vida permeia as minhas veias, as pessoas, o Universo ... Meu pensamento percorre instantes quilométricos sem que eu precise sair do meu quarto.


Katia Y Toguchi (28/10/89)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Praticando o desapego

A teoria, na prática






A vida nos ensina, e muito. É apenas uma questão de observação pura e simples.

Não sou partidário de muitos ditos populares, mas, no que concerne à existência, não há como contestar este: "A maior escola do mundo é a própria vida".

Isso faz lembrar uma peça teatral que ficou por muitos anos em cartaz, circulando por vários estados brasileiros e que tinha exatamente este título: "A teoria, na prática, é diferente".

De fato, tanto os bancos escolares não retratam a vida, na sua prática, como a teoria, na sua aplicação, não tem muito a ver. Pode parecer estranho, num primeiro momento, mas, na verdade, não é nos bancos escolares que cada um vai aprender os ensinamentos que a vida e somente a vida oferece. E, por outro lado, tudo o que se aprende na teoria, e diga-se aqui nos bancos de qualquer nível escolar, há que se ter muita cautela para colocá-la em prática.

E de conformidade com esse mesmo campo visual, onde todos nos encontramos, chegamos à triste conclusão de que projetar, idealizar ou pregar é infinitamente mais cômodo e fácil que construir, materializar ou agir. Claro e evidente que isso vale também e especialmente para nós, e não só para os outros, em relação à nossa ótica.

Quantos companheiros do caminho não dedicam seu precioso e divino tempo na orientação e pregação do Evangelho aos outros?

Quantos seguidores do Cristo, na teoria, não estão distantes do exercício prático de seus exemplos, agindo espontaneamente com amor, dedicação, respeito?...

Quantos de nós não se apresentam com exuberante verniz superficial, mascarando a realidade e transparecendo o que não são?

Numa representação, quando se está simbolicamente participando de encenação, num palco ou fora dele, qualquer empenho na dramaticidade do papel será altamente louvado, mas esse nosso envolvimento com a vida terrena é verdadeiro e se reveste de digna oportunidade de redenção, coisa que pouca gente sabe.

Leopoldo Fróis, a glória do teatro brasileiro, em uma de suas mensagens a Chico Xavier, assim se manifestou: "Eis-me pois, amigo, nestas páginas, que estimularão entre as pessoas sensatas a certeza da sobrevivência da Alma. Não tenho qualquer mensagem valiosa a enviar-lhe. Digo-lhe apenas, usando a experiência pessoal que o tempo hoje me confere, que esse mundo é, realmente, um grande teatro.

Represente o seu papel com serenidade e firmeza, e, decerto, você receberá tarefa mais importante no ato seguinte".

O símbolo maior do Cristianismo, irradiado na figura de Jesus, não deixou passar despercebido o fato de que as pessoas, e já naquele tempo, procuravam mostrar na aparência o que de fato não eram. Em Mateus, 23: 28: "Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade".

Contudo, esse quadro visível e muito possível em qualquer setor da vida, pode, a qualquer momento, sofrer alteração em seu percurso.

Como todo procedimento, essa medida, também, depende exclusivamente de nós, de nosso livre-arbítrio.
É somente uma questão de fazer ou deixar de fazer. Por que não hoje?


Vladimir Polízio

Extinção do Mal






Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.

Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.

Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.

A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.

A propósito, meditemos.

O Senhor corrige:

a ignorância: com a instrução;

o ódio: com o amor;

a necessidade: com o socorro;

o desequilíbrio: com o reajuste;

a ferida: com o bálsamo;

a dor: com o sedativo;

a doença: com o remédio;

a sombra: com a luz;

a fome: com o alimento;

o fogo: com a água;

a ofensa: com o perdão;

o desânimo: com a esperança;

a maldição: com a benção.

Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um
golpe seja capaz de sanar outro golpe.

Simples ilusão.

O mal não suprime o mal.

Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.


Francisco Cândido Xavier; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz. Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes