quarta-feira, 16 de julho de 2014


Elevação espiritual





 A elevação espiritual não se nos incorpora à vida:  
nem pela prosperidade;  
nem pela carência  nem pelo renome;  
nem pela obscuridade  
nem pela cultura intelectual  
nem pela insipiência  
nem pela autoridade humana;  
nem pela condição de subalternidade;   
nem pelo ajustamento à vida considerada normal;  
nem pelos conflitos psicológicos que se carregue;  
nem pelos amigos;  
nem pelos adversários  
nem pelo apoio do elogio;  
nem pelo desapreço da injúria.  
A elevação íntima depende unicamente de nossa reação pessoal ao aceitar e usar para o bem tudo isso.  



Livro: Mãos marcadas . Autor: Albino Teixeira. Mensagem psicografada por Chico Xavier.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Imagens





Assunto já esmerilhado por muitos pensadores: a força das imagens. 
Entretanto, é justo simplificá-lo para nosso próprio benefício. 
É sabido que o pensamento é vida. 
E, sendo vida, é corrente de energias criadoras, gerando formas e realizações. 
Em razão disso, estamos quase sempre influenciados ou dominados por aquilo que nós mesmos pensamos. 
Habitualmente, na Terra, vemos um companheiro despendendo fortunas em determinados empreendimentos e, às vezes, julgamo-lo muito rico e sovina, em se tratando de beneficência. Verificada a realidade, em muitos episódios, ele não passa de um homem corajoso e interessado em criar emprego para os outros, empenhado em erguer vasta colmeia de trabalho, em auxílio aos semelhantes, à base de financiamentos e empréstimos que lhe custam enormes sacrifícios. Notamos um rapaz bem-posto, passando à porta, de braços com uma menina simpática, em certos horários, repetidos em horas certas. E, com freqüência, imaginando-os unidos, à procura de recanto indicado ao prazer dos sentidos. 
Chegando, porém, à verdade, informamo-nos que são eles uma jovem abnegada, conduzindo o irmão quase cego pelo tratamento. Isso, no mundo, é o que geralmente ocorre. 
Na maioria das ocasiões, pensamos que os outros pensam de nós aquilo que pensamos deles. 
Eis porque só a idéia do bem a sustentar-nos o espírito é capaz de renovar-nos por dentro, auxiliando-nos a evitar julgamentos preconcebidos, susceptíveis de atirar-nos em frustração e arrependimento, quando venham a surgir as horas da realidade, no relógio do tempo. 
À vista do que expomos, tenhamos a coragem precisa de instalar a supremacia do bem no campo de nossas tendências e opiniões, porquanto, unicamente pelo trabalho do bem, atingiremos a paz de quem se vê constantemente desejando a felicidade, sem mentalizar o mal para ninguém



Livro: Hoje. Autor: Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

segunda-feira, 23 de junho de 2014


Das nascentes do coração






"Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, 
fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes.” – PEDRO. (I Pedro, 3:8.)


De todos os tesouros que a Divina Providência te confiou, um deles é a piedade que podes libertar como um rio de bênçãos das nascentes do coração.

Pensa nas lágrimas que já te passaram pela existência e nunca derrames fel na trilha dos semelhantes. Para isso é necessário raciocines e te enterneças, entre a luz da compreensão e o apoio da caridade.

Compadecemos-nos facilmente dos irmãos tombados em necessidades materiais, cujos padecimentos nos sacodem as fibras mais íntimas, mas é preciso igualmente nos condoamos daqueles outros que se sentam diante da mesa farta arrasados de angústias, à face das provações que lhes desabam na vida.

Bastas vezes, perdemos lições e oportunidades preciosas para a aquisição de valores da Espiritualidade Maior, tão-somente por fixar a observação na face de situações e pessoas.

O entendimento fraternal, no entanto, é clarão da alma penetrando vida e sentimento em suas mais ignotas profundezas.

A vista disso, seja a quem for, abençoa e auxilia sempre.

Diante de quaisquer desequilíbrio ou entraves que te venham a surpreender na estrada terrestre, molha a tuia palavra no bálsamo da compaixão, a fim de que te desincumbas dignamente do bem que te cabe cumprir.

Procedamos assim, onde estivermos, na certeza de que, em nos referindo à maioria de nós outros – os espíritos endividados da Terra -, todas as vantagens que estejamos desfrutando, à frente do próximo, não chegam até nós em função de merecimento que absolutamente não possuímos ainda, mas simplesmente em razão da misericórdia de Deus.




Livro: Ceifa de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Não se aborrecer



 Ó  Deus!
Ensina-me a não perder a calma. Diante das provações, das questões e problemas, oferece-me o Teu apoio para que eu não venha a me desequilibrar, nem a perder as oportunidades de treino e elevação que me oferecem.
Compreendo, Deus, que, ao me aborrecer, consumo energias que me podem ser úteis em certas coisas. Pior ainda, se adquiro o hábito da impaciência, uma contrariedade, ainda que pequena, será suficiente para me quebrar a calma e o ânimo. Desse hábito quero estar livre. Desejo sentir-me consciente e forte na hora de me manifestar.
Necessito ter domínio, sobre mim, pôr em prática o que sei. Para conseguir isso, busco a Ti, ao Teu infinito poder e supremo amor. Se eu me dominar, mais fácil será amar e servir, o que me proporcionará uma vida bela e feliz.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Assim seja!



Do livro: Fala com Deus
Autor: Lourival Lopes



segunda-feira, 16 de junho de 2014

A história do livro

            





O mundo vivia em grandes perturbações.

As criaturas andavam empenhadas em conflitos constantes, assemelhando-se aos animais ferozes, quando em luta violenta.

Os ensinamentos dos homens bons, prudentes e sábios eram rapidamente esquecidos, porque, depois da morte deles, ninguém mais lhes lembrava a palavra orientadora e conselheira.

A Ciência começava com o esforço de algumas pessoas dedicadas à inteligência; entretanto, rapidamente desaparecia porque lhe faltava continuidade. Era impraticável o prosseguimento das pesquisas louváveis, sem a presença dos iniciadores.

Por isso, o povo, como que sem luz, recaia sempre nos grandes erros, dominado pela ignorância e pela miséria.

Foi então que o Senhor, compadecendo-se dos homens, lhes enviou um tesouro de inapreciável importância, com o qual se dirigissem para o verdadeiro progresso.

Esse tesouro é o livro.

Com ele, apareceu a escola, com a escola, a educação foi consolidada na Terra e, com a educação, o povo começou a livrar-se do mal, conscientemente.

Muitos homens de cérebro transviado escrevem maus livros, inclinando a alma do mundo ao desespero e à ironia, ao desânimo e à crueldade, mas, as páginas dessa natureza são apressadamente esquecidas, porque o livro é realmente uma dádiva de Deus à Humanidade para que os grandes instrutores possam clarear o nosso caminho, conversando conosco, acima dos séculos e das civilizações.

É pelo livro que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.

Dificilmente poderíamos conquistar a felicidade sem a boa leitura. O próprio Jesus, a fim de permanecer conosco, legou-nos o Evangelho de Amor, que é, sem dúvida, o Livro Divino em cujas lições podemos encontrar a libertação de todo o mal.




Psicografia de  Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. Autora: Meimei
    

Elizabete Lacerda - Tum Tum Tum

Música espiritualista preferida da minha filhinha Lilian

http://youtu.be/8sJj-fJjHKE

sábado, 14 de junho de 2014

Os males humanos e a sua origem



Com o advento do Espiritismo, a dúvida a respeito da origem dos males que nos afligem no mundo não mais tem razão de ser. A lei de causa e efeito, popularizada pelas obras espíritas, veio mostrar-nos que existe um motivo, uma razão para tudo quanto nos ocorre, tanto para o bem quanto para o mal.
É claro que em muitas situações não conseguimos perceber qual é exatamente a causa ou em que momento ela se formou.
Se o indivíduo se torna alcoólatra e adquire uma enfermidade diretamente relacionada com o alcoolismo, ele poderá entender perfeitamente qual é a origem de sua doença, ainda que não a aceite.
Se fuma por um longo período e contrai um câncer de pulmão, poderá, sem dificuldade, compreender a origem de sua enfermidade, o que não significa que a aceitará de bom grado.
Os dois exemplos podem ser estendidos a inúmeras situações de nossa existência, havendo, no entanto, ocorrências cuja relação entre causa e efeito não conseguimos apreender.
Em um de seus livros mais conhecidos – O Evangelho segundo o Espiritismo – Kardec alude às causas de nossas aflições, situando-as umas em fatos ocorridos na presente existência e outras em fatos verificados em existências passadas.
Quando vem ao mundo uma criança com retardo mental, não é difícil entender que tal dificuldade não tem origem nos atos da existência atual e deve, portanto, ter relação com fatos do seu passado. Contudo, se uma pessoa se casa com outra motivada tão somente por interesses econômicos, não poderá atribuir ao passado, caso seja infeliz no casamento, a origem de suas vicissitudes, porque estão elas ligadas diretamente à sua cobiça.
Nada é, portanto, segundo aprendemos com o Espiritismo, fruto do acaso, mas consequência de algo que ocorreu, seja na existência presente, seja em existências anteriores.
A origem dos males humanos foi examinada por São Vicente de Paulo (Espírito) em uma interessante comunicação constante do cap. XIII d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Falando sobre a importância do bem e da caridade, Vicente de Paulo escreveu: “Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos. Toda a eterna felicidade se contém neste preceito: ‘Amai-vos uns aos outros’. Não pode a alma elevar-se às altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação. Sede bons, amparai os vossos irmãos, deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á o caminho da felicidade eterna”. (O Evangelho segundo o Espiritismo , cap. XIII, item 12.)
Dito isso, ele acrescentou: “Não vos disse Jesus tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável”. (Idem, ibidem.)
E, arrematando seu ensinamento, afirmou, com a autoridade de quem sabe o que diz: “Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas”.  (Idem, ibidem.)
O eminente benfeitor espiritual, conhecido e respeitado pelo trabalho extraordinário que realizou quando esteve entre nós, tem inteira razão.
Se o homem jamais se desviasse dos preceitos ensinados por Jesus, com certeza se forraria a inúmeros dissabores, estaria bem próximo de atingir a meta para a qual fomos criados e, evidentemente, seria muito feliz.


Editorial da revista O Consolador(junho/14)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Tópicos da meditação






Através de nossas meditações e de nossas preces, os benfeitores da Vida Maior estão orientando os nossos passos, com referência ao futuro. 
Confiemos no amparo de Jesus, hoje e sempre. 

II 

Quanto mais se nos estenda o esforço da prática no bem, puro e simples, com a abolição de todas as preocupações desnecessárias, mais se nos ampliarão as possibilidades para a assimilação das Bênçãos do Alto.
Auxiliemo-nos, a nós mesmos, situando a mente na paz interior. Isso é importante não apenas para o nosso campo mental, mas também para a nossa saúde física, nos mais íntimos fundamentos.



Livro: Apelos cristãos. Autor: Bezerra de Menezes. Psicografado por Chico Xavier.

quarta-feira, 11 de junho de 2014


A omissão dos bons





Várias questões de O Livro dos Espíritos figuram entre as minhas preferidas. A 932 é uma delas.
"932. Por que, no mundo, tão amiúde a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”
“Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”
Conheço gente que pensa serem o bem e o mal duas forças antagônicas e de igual poder que vivem em eterna luta. É a visão maniqueísta, sobre a qual já falei neste livro.
É equivocado achar que o bem e o mal têm igual potência. O mal é somente a ausência do bem. Só isso. Quando o bem chega, o mal bate em retirada. É como a escuridão. Ao acendermos uma luz, um fósforo que seja, a escuridão perde a força. Se a rua está às escuras e acendemos a luz do quarto, não é a escuridão que entra pela janela, é a luz que sai por ela.
Para quem acha que estou sendo um tanto piegas, vamos a exemplos com mais sustança, como dizem os antigos.
O livro Libertação, do Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier, mostra um vasto local de baixíssima vibração espiritual comandado por uma entidade astuta, mas profundamente infeliz, pois se mostra enredada em planos de ódio e vingança. Para pô-los em prática, comanda vários Espíritos igualmente infelizes, que cumprem suas ordens, atuando sobre o psiquismo de várias criaturas encarnadas. A equipe da qual André Luiz faz parte inicia, então, com amor, coragem e paciência, um plano que, aos poucos, vai conduzindo aquelas almas à redenção de si mesmas pelo trabalho de reerguimento moral. Ao final do livro, a mãe do, digamos, chefe do bando aparece, esplendorosa, nimbada de luz para buscar o filho, que não a via há muito tempo, visto que, tão logo desencarnou, deixou-se levar por sentimentos inferiores. Ele, então, emocionado ante a presença da mãe, deixa cair toda a máscara de crueldade, revela-se frágil, carente, a mãe o leva embora e a luz do bem se faz presente, inundando o lugar de paz. O bem não foi tímido, foi audacioso, trabalhou de forma diligente e o mal se dissipou.
Outro ótimo exemplo está no livro Sexo e Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco. No livro, o Marquês de Sade (Sim, ele mesmo!), Espírito altamente vinculado ao sexo vicioso – tanto que a palavra sadismo deriva do nome dele – mesmo séculos depois de sua morte, é também surpreendido, no plano espiritual, pela presença da mãe. E com o concurso dos amigos espirituais (Sim, eles mesmos!), é iniciado um processo de redenção daquela alma, pois o bem sempre vence.
Assim também deve ser conosco. Somos de fato muito tímidos quando nos defrontamos com o mal. E não estou falando do mal enorme, simbolizado por um vampiro, uma assombração ou coisa que o valha. Tampouco estou falando do bem em grandes proporções. Aliás, precisamos parar de achar que bem e mal são coisas de grandes escalas. Também o são, mas ambos estão presentes nas pequenas ações do dia a dia.
É curioso esse dado do ser humano. Achar que para fazer o bem é necessária grande soma em dinheiro, feitos grandiosos etc. Conheço gente que diz ter o sonho de construir um hospital se ganhasse na loteria. De fato é um sonho louvável, mas, enquanto isso, os bancos de sangue vivem vazios, suplicando por doadores, e quase ninguém aparece para doar sangue. Por essa razão, o mal, representado por doentes necessitados e baixos estoques de sangue, prospera. E prospera por quê? Por fraqueza dos bons, traduzida em preguiça, falta de interesse, medo da agulha... 
Em 2005, estava em Brasília, quando tive a oportunidade de assistir ao seminárioDiretrizes para uma vida feliz, ministrado pelo médium e tribuno baiano Divaldo Pereira Franco. Foi um seminário de dois dias (sábado e domingo à tarde). No domingo de manhã, foi promovido um bate-papo de Divaldo com dirigentes dos centros espíritas da região, do qual também participei.
Uma das perguntas feitas a Divaldo versou justamente sobre se devemos ou não chamar atenção de algum companheiro do centro espírita que está fazendo algo errado. Divaldo disse que sim. Se a pessoa está errada, deve ser chamada a atenção, lógico que com respeito e carinho, mas precisa ser advertida, a fim de não continuar cometendo o mesmo erro. - E se ela ficar chateada? Perguntou alguém. Resposta de Divaldo:- Se ela ficar chateada é problema dela. O que não podemos é deixar o mal triunfar por receio nosso.
Ele, então, aproveita a deixa e conta que, certa vez, depois de uma série de palestras, estava na fila do check in do aeroporto, a fim de voltar para Salvador, onde mora. Veio, então, um sujeito e furou a fila, postando-se à frente de Divaldo que, então, disse: - O senhor furou a fila. O homem retrucou: - Ah, mas eu estou com pressa. Divaldo rebateu:- As outras pessoas também. Foi por isso que elas chegaram antes do senhor. Qual é o seu destino? O homem respondeu: - Salvador. Divaldo finalizou: - O meu também. Por favor, para o fim da fila.
O homem, então, não teve alternativa a não ser procurar o fim da fila e lá esperar a sua vez.
Finalizando, Divaldo disse uma frase que nunca mais irei esquecer e que levo comigo até hoje, a fim de fazer valer meus direitos e não ser omisso diante do mal: - Não confundam falta de energia com bondade.
Espero de coração que você, que lê estas linhas, tenha essa frase sempre em mente e não deixe prosperar o mal presente nas pequenas coisas do dia a dia.


Marcelo Teixeira

Visão espírita do aborto - entrevista com Dra. Marlene Nobre



http://youtu.be/tfbVgQHbduk

segunda-feira, 9 de junho de 2014


A Palavra





 
Poderoso veículo de comunicação, a palavra é instrumento que poucos utilizam como deveriam.

A boa palavra ergue e consola, ensina e corrige, ampara e salva.

A má palavra envenena e mata, enlouquece e fulmina, desequilibra e arma de ódio.

Muitos falam sem pensar, gerando antipatias e fomentando crimes.

Outros pensam sem falar e perdem as oportunidades edificantes de sustentar o ideal do bem e da vida.

Falar por falar expressa desequilíbrio, tanto quanto calar, sempre, denota doentia introspecção.

*

Dispões desse abençoado instrumento para preservar a vida e enriquecê- la de bênçãos, que é a palavra.

Usa o verbo com sabedoria, ensinando, ajudando e impulsionando as pessoas ao avanço, ao progresso.

Articula a palavra sem gritaria, nem desconcerto emocional, de modo que se te faça agradável, inspirando os que te ouvem e gerando simpatia em teu favor.

A arte de falar é conquista que todos devem lograr.

Não a esgrimas com teu verbo, nem a sepultes no mutismo da alienação.

Fala sobre o bem, o amor e a esperança, propondo a alegria entre as criaturas e ensinando-as a adquirir segurança pessoal no processo da evolução.



Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Partilhe o amor







São tantas as notícias ruíns que destacam violências, assaltos, crimes de morte, violências sexuais, corrupções políticas, impunidades para os poderosos, que as pessoas vão se fechando em suas casas e até esquecem de compreender, sorrir, amar, partilhar a vida.

Mas será que a vida é feita somente de coisas ruíns? Não! De modo algum. A vida, no estágio evolutivo em que nos encontramos, é feita de coisas más e outras boas. Mas o nosso objetivo não é a de falar de coisas negativas, e sim de solidariedade, bondade, fraternidade, amor partilhado.

Ah, o amor! Como poderemos viver sem ele? É o amor de Deus que sustenta o universo. É o amor universal que faz com que espíritos superiores, isentos das reencarnações em mundos inferiores, se corporifiquem em mundos como o nosso, para cumprir missões de extraordinário valor.

É por amor que uma mulher carrega no ventre, durante nove meses, uma nova vida, e dá a luz entre dores, para depois beijar aquele pequenino ser, apertá-lo ao peito e dizer com emoção:

- Meu filho! Meu amor!

É por um amor transcendente que um pai ou mãe abraça um filho de mente obnubilada pela deficiência mental, olhar aparvalhado, boca semi-aberta, e exclama com unção quase sagrada:

- Meu tesouro. Vida da minha vida.

Há, os que, por amor, sobretudo por amor, se dedicam a curar, a educar, a indicar rumos, e chegam a sacrificar a própria vida em holocausto ao amor.

Alguns manifestam o seu amor plantando flores. Outros compõe músicas, fazem versos, criam leis, varrem as ruas, constróem casas...

Não importa que existam crimes e dores enquanto existir o amor, e este amor for partilhado.

Partilhar o amor? Como podemos fazê-lo? Comece devagarinho. Olhe bem dentro dos olhos do teu filho, não importando a sua idade, e diga:

Eu te amo!!!

Faça o mesmo com o seu cônjuge, ou com os pais, avós, irmãos. Mas não olhe sem enxergar. Deixe que a tua visão penetre a epiderme e alcance as profundezas do ser e ali irá descobrir espíritos imortais, que vieram de outras vidas, seres que amam, que guardam medos, ódios talvez, mas que estão ao teu lado, permutando energias. Tente compreendê-los e partilhar com eles o teu amor.

Jogue para longe a tristeza. Desanuvie o semblante. Confie em Deus. Confie na vida. Confie no amor. Não tenha medo de amar, mas não cultive um amor possessivo. Ame pelo prazer de amar, e mesmo que você se machuque, terá valido a pena.

Sendo você espírita, maiores razões terá para ser alegre e partilhar o amor. Você sabe que é imortal, criado por Deus simples e ignorante, mas com todas as potencialidades das perfeições. Você deve saber que o amor não morre, porque os que te precederam na grande viagem estão ao teu lado, simplesmente porque te amam. Seja forte. Partilhe o teu amor. A vida precisa do teu sorriso.




Amílcar Del Chiaro Filho

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Um bom dia





Senhor Deus!

Faze este dia ser bom para mim. Que possa vê-lo com bons olhos, de alma aberta. Que me seja fácil sorrir, pensar com clareza, deixar o amor aparecer na minha face, na palavra convincente.

Pensando em Ti, como faço neste início de dia, minha alma sente um impulso gratificante e se põe alegre. Ela fica esperançosa de que tudo será maravilhoso; mas, se nem tudo for, tem ela primorosas condições para converter os agravos em ensinamentos, desfazer-se do mal e seguir sem ódio.

Esta é a hora de o meu ser se alegrar, encaminhar-se para o melhor e abrir-se à paz, agradecido pelo ontem e entusiasmado com o futuro que está vindo.

Agradeço a posição que o meu ser agora toma e vou, contente, exercitar as minhas qualidades e aproveitar as oportunidades que o dia me oferece.

Obrigado, Senhor, muito obrigado!

Assim seja!


Do livro: Fala com Deus
Autor: Lourival Lopes 


Elisabete Lacerda - O caminho


http://youtu.be/i3-bipjdX2I

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Encontro




Observo, meu filho, como procuras ansiosamente a paz. E como te entristeces por percebê-la estrangeira em toda parte.
Doem-te as chagas do mundo. Afligem-te os desencontros humanos. Perturbam-te  as agressões descontroladas da violência e dos desazos do egoísmo generalizado e infeliz.
Como a visão obscurecida pela contemplação da fuligem  dos desesperos, não vislumbras nenhum refúgio seguro onde o teu espírito cansado possa cultivar os lírios da esperança.
Não prossigas, meu filho, nessa busca inútil fora de ti mesmo. Volta-te para o teu próprio mundo interior, e escuta, no silêncio de tua alma, a voz doce e poderosa do nosso Divino Mestre. Atende-lhe os apelos de fraternidade e entendimento, renova o teu ânimo abatido e volta ao dia-a-dia da tua experiência, disposto a compreender e perdoar, ajudar e servir. 
Quanto mais a dor te impelir ao lenitivo, e o desalento alheio te incitar ao socorro, melhor sentirás a alegria de amparar e de erguer, o dom de pacificar e a graça de semear, na noite das desesperanças, as luzes miraculosas do bom ânimo, em nome do Senhor. 
Então, brotará do teu íntimo uma fonte cristalina de venturas indizíveis, e no ninho caricioso do teu coração virá pousar, suave e mansamente, o pássaro da paz.



Livro: Amar e servir. Autor: Letícia. Psicografia de Hernani T Sant'Anna.

Cantigas do tempo



O tempo tudo transforma!... 
Feliz quem pode viver 
Seguindo a renovação 
Fiel ao que deve ser.  
Quem sabe o valor das horas 
Serve, aprende e segue em paz; 
Entre maldades e injurias, 
Não as conhece, nem faz.  
Todos aprendem na morte, 
Cada qual por sua vez, 
Que o tempo somente vale 
Naquilo que a gente fez.  
Tudo volta como voltam 
Andorinha e primavera, 
Menos o tempo perdido 
Que nunca se recupera.  
O tempo marcha veloz 
Com esta nota a caminho: 
Cada dia sem trabalho
É como um zero sozinho



Livro: Ação, vida e luz. Autor: Chiquito de Moraes. Psicografado por Chico Xavier

terça-feira, 3 de junho de 2014

Afastar a tristeza



 Senhor Deus!
Afasta de mim a tristeza. A tristeza que me impede de sorrir para retribuir os sorrisos que recebo; a que não me deixa ver o lado bom dos outros nem corresponder à bondade deles; a que me impede de olhar adiante com a força da esperança; a que me tolhe os passos, o progresso e me prende a coisas sem valor.
Entrego a Ti, Senhor, neste instante, o meu coração, para que nele ponhas alegria, uma alegria vibrante, tocante, completa. Que minha mente, corpo, nervos, ossos e células se preencham de uma vibração tua, que, intensa, corrija maus pendores e seja estímulo ao progresso.
De posse dessa vibração, dessa bênção, entro num processo de uma transformação que me conduz a realizações positivas, a firmes esperanças, das quais resulta uma alegria permanente.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Assim seja!


Do livro: Fala com Deus
Autor: Lourival Lopes


Lima Duarte falando de sua ligação com o Espiritismo


http://youtu.be/Dt3SqoPaSgE

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A cólera





A cólera é responsável por alta percentagem do obituário no mundo, como legítimo fator de enfermidade e portadora da morte.          
Além disso, é também a raiz de grande parte dos males e perturbações que dilapidam na base a segurança dos serviços associativos na Terra.                                                                           
Nos lares invigilantes, é o gênio obscuro da discórdia.         
Nas instituições respeitáveis, é o fermento da separação.         
Nas vias públicas, é a porta de acesso à crueldade.         
Nos círculos da fé, exprime-se por brecha pela qual se infiltram as forças destrutivas da sombra.       
Nos fracos, estabelece o abatimento imediato.         
Nos expoentes da inveja e do despeito, engendra o desequilíbrio já que efetua a ligação da alma com as entidades representativas de regiões inferiores e conturbadas.         
Nos corações desprevenidos, lança as teias da violência.         
Nos irritadiços, espalha as sugestões da delinquência.                                                                      
Em toda parte, quando encontra guarida em algum coração impermeável ao bem, transforma-se em suporte de terríveis processos obsessivos que somente a Compaixão Divina associada à bondade humana conseguem reduzir ou sanar.                                                                                
Recebemos a experiência, por mais difícil, com a luz da confiança no Senhor que, nos oferecendo a luta depuradora, nos possibilita a própria regeneração.                                                                       A passagem na Terra é aprendizado.                                                                                 
Revoltar-se o homem, à frente da vida, é recusar a oportunidade de elevar-se ante a luz da própria sublimação.



Livro: Canais da vida. Autor: Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

Prece de gratidão



Pelo apoio do lar; 
pelo amparo da escola; 
pela proteção do trabalho; 
pela alegria de servir; 
pela defesa da higiene; 
pelo aviso da experiência; 
pelo exercício da tolerância; 
pela capacidade de ser útil; 
pelo dom de discernir; 
pela força da paciência; 
pelo amigo que me socorre; 
pelo adversário que me instrui; 
pelos estímulos com que me conduzes; 
pelas provações com que me esclareces; 
pelas dificuldades com que me controlas; 
pela energia da esperança 
e por todas as bênçãos de amor que me proporcionas, através dos entes queridos que me confias, Obrigado, meu Deus.



Livro: Ação e caminho. Autor: Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.



sábado, 31 de maio de 2014

Recomeçar - Elisabete Lacerda


http://youtu.be/8bw8v7er4eU

A paciência


Virtude muito necessitada de ser exercitada, mormente nos dias tumultuados que estamos vivenciando. As pessoas estão tendo muita dificuldade em manter a calma, gritando e se desequilibrando facilmente, diante de situações que, analisadas criticamente, não requereriam o grau de explosão emocional que acarretam.
O que sucede? Por que tamanhas variações? Notamos que o império da necessidade do ter, num consumismo enorme, abafa em muitas pessoas o “ser”.
Conversávamos, ainda hoje, com duas enfermeiras extraordinárias sobre a situação que estamos vendo nas famílias que atendemos. Os pais, numa agitação para ganhar dinheiro, estão deixando os filhos em creches, escolas, e alguns com avós. Atendemos uma avó exausta, com um netinho de quatro anos, outro de cinco meses, que ficam o dia todo com ela porque a mãe trabalha. A velhinha, queixando-se que não está dando conta e que a filha foi fazer um ultra-som, porque está suspeitando estar grávida de novo. Será mais um para ela cuidar, porque a filha trabalha o dia todo. Essas crianças ainda contam com a avó, mas e as outras milhares? Sem a família, sem noção de família, nas creches que dão instrução e não educação. Não passam os valores morais, não ensinam o que o pai e a mãe deveriam fazer e não estão fazendo: ensinar seus filhos a terem respeito, honra, honestidade e passar amor a eles.
As crianças estão tão carentes afetivamente, tão necessitadas de amor que estão tendo doenças psicossomáticas para chamarem a atenção dos pais. É dor na barriga, dor nas pernas etc. O médico faz todos os exames e está tudo normal. No fundo é um grito de socorro da criança. A doença é apenas um dizer: “Eu existo, preciso de carinho, de atenção”. E os pais correm atrás dos médicos quando deveriam é pensar em qual é o seu maior tesouro: o meu filho ou os bens materiais que estou ganhando...
Enquanto conversávamos sobre isso, as duas enfermeiras se olharam e uma apontou para a outra, porque se viram nessa mesma situação. Trabalham o tempo todo e quase não vêem os filhos.
Precisamos dar atenção às crianças se desejamos um mundo melhor. Não satisfazer tudo o que querem. Isso não é dar atenção. Dar atenção é dar presença, abraçar, beijar, ensinar, mostrar que não se revida injúria com injúria, mas sim injúria com perdão. Exemplificar do melhor modo possível. Mostrar a arte da calma, da paciência, que está tão em falta hoje. Para mostrar, precisa-se viver, trabalhar essas virtudes na intimidade.
Tudo se deve viver com amor. Paciência é virtude que se conquista com esforço.
Que tal parar de reclamar?
Se nessa vida não há motivo para a sua dor, pense consigo mesmo que é uma lição preciosa de paciência que Deus lhe faculta, e fique resignado.
“A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos”, diz o Evangelho.
Exemplifiquemos. As crianças imitam o que vêem, nos primeiros anos. Passemos a elas o melhor. Tenhamos calma, tenhamos paciência. Assim estaremos edificando em nós a paz e, ficando um pouco mais com os nossos filhos, mostraremos a eles, pela nossa atitude, que a gentileza, o amor e a paciência ainda não caíram de moda, estão presentes e mais que nunca se fazem necessários.


Jane Martins Vilela

quarta-feira, 28 de maio de 2014


Auto-conhecimento




Se queres verdadeiramente encontrar-te, sai de ti mesmo. 
Como poderias realizar o autoconhecimento no clima do egoísmo? 
Como saber quem és, desconhecendo como reages diante dos outros? 
Como será possível alguém entregar-se a demoradas introspecções, se não muito longe há fome e dor, lagrima e sofrimento? 
Disse o Senhor: - “Que brilhe a tua luz!...”
Ele mesmo, a luz do mundo, não permaneceu nos paramos celestiais no êxtase dos bem-aventurados.
- “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”. 
Se desejas conhecer-te, não feche os olhos para o mundo, trancando-te em tuas emoções. Na ação do trabalho que entende socorro a todos, ver-te-ás como és.



Livro: Fé. Espírito: Albino Teixeira. Psicografado por Chico Xavier

O espiritismo de Kardec aos dias de hoje


http://youtu.be/7oEvK9eSZtc

terça-feira, 27 de maio de 2014


Agenda de luz



Não existe mal em possuir o dinheiro. O mal decorre da invigilância, quando permitimos que o dinheiro nos possua. 
Se esse ou aquele plano de trabalho está incubado em seu pensamento, agora é o momento de começar a realizá-lo.
Se desejas fazer alguma boa ação, apareceu o instante de promovê-la. Este dia é um presente de Deus, em nosso auxílio; de nós depende aquilo que venhamos a fazer com ele.
Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providencial de muita gente. 
Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo. Não se detenha diante da oportunidade de servir. 
Mobilize o pensamento para criar vida nova. 
Melhore os próprios conhecimentos, estudando sempre. Não permita que a dificuldade lhe abra a porta ao desânimo porque a dificuldade é o meio de que a vida se vale para melhorar-nos em habilitação e resistência. 
Nunca desconsidere o valor de sua dose de solidão, a fim de aproveitá-la em meditação e reajuste das próprias forças.



Livro: Agenda de luz. Espírito: André Luiz. Psicografia de Chico Xavier.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um filho muito especial




Amor meu, quero outro filho.
- Meu Deus! Que coragem, querida! Com os quatro “capetinhas” que temos, você ainda se dispõe a aumentar a família!... Cássio sorria enternecido, admirando avocação da esposa para a maternidade. Dilma nascera para ter prole numerosa. Realizava-se cuidando de bebês, protegendo-os, ternamente, orientando-lhes os primeiros passos. Os filhos do casal, perto da adolescência, educados com muito carinho e diligência, eram atestados eloqüentes de sua competência como mãe.
- Não se trata disso. É a pressão de compromissos assumidos. Sinto que ainda não é tempo de encerrar a “produção”.- Por mim não há problema. Adoro nossos filhos e eles fazem por merecer todo o afeto que lhes possamos dar. São crianças maravilhosas, que enriquecem nossas vidas, o que é compreensível, considerando-se a mãe que possuem...
- Nada de confete. Apenas tento fazer o melhor, cumprindo meus deveres. E não se esqueça de que eles contam com um paizão para filho nenhum pôr defeito!...
- Somos ótimos, né?
- Não chego a tanto. Temos muito a corrigir, mas Deus tem sido generoso conosco. Nossa família é maravilhosa. Raros lares na Terra desfrutam de tão gratificante convivência. Por isso mesmo estamos em débito com o Céu e devemos fazer algo mais importante do que simplesmente acolher um novo filho.
- O que essa cabecinha está maquinando?
- Nada. Só um filho, como lhe falei.
- Só isso mesmo?
- Um filho muito especial...
- Um missionário?
- Nem pensar! Missionários escolhem o lar onde nascem. Quero acolher alguém que precise de ajuda. Em nossos contatos com a Doutrina Espírita temos notícia da grande quantidade de irmãos nossos que há no plano espiritual, em lamentável estado de desequilíbrio, comprometidos com erros do passado, a necessitar urgentemente dos benefícios da reencarnação. Cássio põe-se pensativo por alguns instantes. A esposa o observa, ansiosa. Ele fala, medindo bem as palavras:
- Espíritos assim renascem com graves deficiências físicas e mentais...
- Isso mesmo.-
- Você quer ter um excepcional por filho?
- Quero. É uma tarefa que me proponho realizar. Mas não posso assumir o compromisso sozinha. Depende de você.
- É muita responsabilidade, Dilma.
- Eu sei. Mas sinto que temos em nosso lar um potencial de amor e entendimento que garantirá nosso êxito na tarefa.
- Está consciente de que a parcela maior de sacrifício será sua?
- Sim, e apesar de minhas limitações estou disposta. Conto com a ajuda de nossos amigos espirituais.
- Pois bem, Dilma! Aceito o compromisso. Você tem razão: realmente temos recebido muito. É tempo de retribuir... A jovem senhora abraçou, emocionada e feliz, o marido. A bênção maior, pela qual jamais seria suficientemente grata, era viver com um homem de tão generosos dotes de coração. A partir desse dia, Cássio e Dilma, em suas orações, propunham-se a acolher como filho alguém em reencarnação emergencial, que necessitasse prementemente de um abrigo cristão na Terra. Pouco depois ela engravidou. Após nove meses nascia um lindo menino que, desde logo, revelou-se portador de grave lesão cerebral, que lhe limitaria irremediavelmente a inteligência e os movimentos, ensejando sublime tarefa de amor para toda uma família. Quando a mulher engravida, há no lar ansiosa expectativa. Todos torcem para que, acima de tudo, nasça uma criança saudável, física e mentalmente. Se ocorre um problema congênito, sobrevêm a frustração e o sofrimento, marcados, não raro, por incontida revolta. Pudessem as personagens desses dramas entender que nada ocorre por acaso e que as crianças com problemas são Espíritos em reajuste, como um doente submetido a tratamento, e não se perturbariam tanto, reconhecendo no filho deficiente uma abençoada tarefa que Deus lhes confiou


Livro : Encontros e desencontros. Autor: Richard Simonetti .

quinta-feira, 22 de maio de 2014


O enigma do berço



Graziela, eficiente enfermeira encarregada do berçário, em grande hospital, procurou o chefe da pediatria.
- Doutor Plácido, trago-lhe uma charada. Venho notando que os bebês que ficam no último berço, no canto, choram menos, dormem melhor...
- Um cantinho mágico?- Pode parecer tolice, mas outras enfermeiras constataram o mesmo.- Não há nada que justifique tal diferença. Certamente trata-se de mera coincidência...
- O cúmulo da coincidência, pois muitos bebês já estiveram naquele berço e, invariavelmente, eram mais calmos.  
-Então há uma fada protetora que fica ali.- Ora, Doutor, falo sério!- Eu também. Talvez seja um berço milagroso, fabricado com madeira especial.
- Continua brincando, mas, por favor, pense no assunto.
- Tá bom, vou contratar um detetive! Embora aparentando não levá-la a sério, Plácido passou a observar o berço e constatou que Graziela tinha razão. Os bebês que ali ficavam eram sempre mais acomodados. Certamente existia uma causa. A “fada” bem poderia ser uma incidência luminosa adequada, um posicionamento favorável, ventilação melhor, colchão mais confortável, menos ruídos... Checou tudo. As condições eram absolutamente iguais em todos os berços. Pensou na alimentação. Negativo. Os bebês eram alimentados dentro de critérios e horários rigorosamente observados. E se houvesse diferença de tratamento? Alguma enfermeira mais eficiente, encarregada daquele berço? Também não. Todas revezavam-se no atendimento. Intrigado, o médico passou a visitar o berçário em diferentes horários e foi no período noturno que, finalmente, encontrou a desejada solução. Eram perto de vinte e duas horas. A enfermeira de plantão postava-se no corredor, enquanto a serviçal da limpeza passava o pano molhado no chão. Observou-a, discreto, sem que ela percebesse sua presença. Tratava-se de senhora idosa, de fartas gorduras. Certamente a tarefa impunha-lhe penosos sacrifícios, porquanto, chegando ao canto do berçário, postou-se diante do berço privilegiado e, enquanto descansava, dando tréguas ao corpo sofrido, conversava com seu ocupante:
- Vida dura, meu anjinho! Minhas costas doem como se tivessem recebido pauladas! Feliz é você que fica aí, tranqüilo como um príncipe, sem precisar trabalhar! É só “sombra e água fresca”, né? Gracinha!... Durante vários minutos ela falou com o bebê. Depois, suspirando, tornou ao serviço. Plácido sorria, entre perplexo e feliz. Finalmente resolvera o enigma. Encontrara a “fada"!
No dia seguinte as enfermeiras receberam importante orientação: deveriam conversar com os bebês enquanto cuidavam deles. E o “milagre” daquele berço estendeu-se por todo o berçário. Torturadores astutos sabem que o insulamento completo, sem nenhum contato humano, é a melhor forma de desequilibrar suas vítimas, predispondo-as ao colapso nervoso. Assim torna-se fácil arrancar-lhes as informações desejadas. Nesse particular o bebê não difere dos adultos. Ele também precisa de contato com as pessoas. É fundamental que se fale com ele, em inflexão de carinho e solicitude. Recusar-lhe semelhante benefício, por omissão ou indiferença, é submetê-lo à desajustante tortura do silêncio


Livro: Encontros e desencontros. Autor: Richard Simonetti