terça-feira, 22 de março de 2011

Eu sou a paz







Frente à dores que assolam o homem e o mundo, pergunto-me: de quem é a culpa? Para responder esta indagação procurei ouvir os próprios seres humanos e deles recebi as seguintes respostas:


— A culpa é dos radicais e intolerantes que pensam somente em si mesmos.


— A culpa é do capitalismo selvagem que impõe a lei do mais forte.


— A culpa é do materialismo que faz ninho no coração dos homens.


— A culpa é dos políticos corruptos que não administram com probidade os bens públicos.


— A culpa é da indolência dos povos subdesenvolvidos.


Ninguém afirmou: — A culpa é minha!


Todos disseram que a culpa pelos males, sofrimentos, guerras pertence ao outro ou aos outros.


Entretanto, lembro que toda moeda possui dois lados e assim também a convivência humana: o meu lado e o seu lado. Será possível que somente o outro tenha culpa, faça algo errado, seja intolerante, etc. e eu nunca tenha culpa, nunca faça algo errado, nunca seja intolerante, etc.?


Todos nós queremos viver em paz. Quem não deseja a paz? Mas para termos paz e vivermos na paz é preciso cultivar a paz em nós mesmos através dos pensamentos de paz, das palavras de paz e das ações de paz.


A paz está em cada um de nós. Eu sou a paz e você é a paz.


Respeitar, perdoar, cooperar promovem a paz.


Eu sei, é difícil, principalmente se ódios, fanatismos, imperialismos, indiferenças fizeram e fazem ninho em nosso íntimo. Mas podemos, e mesmo devemos, cultivar a tolerância, trabalhar a humildade, praticar a solidariedade.


Necessitamos sensibilizarmo-nos com o sofrimento e a alegria dos outros, expandindo o sentimento de amor que está guardado - e às vezes trancado a sete chaves - em nosso coração.


Veja em cada ser humano - e não importa a cor, a raça, a religião - seu irmão. Não diga que o passado não permite a paz, pois o que passou deve ser compreendido e perdoado. Ódios acumulados, tragédias anunciadas.


Perdoe, compreenda, ame e, acima de tudo, faça da sua vida uma vida de paz, para que todos aqueles que convivem com você também façam de suas vidas, vidas de paz.


Não estamos precisando de discursos, estamos necessitados de ações - não exatamente dos outros - mas das nossas próprias ações no sentido da paz.


Ou você quer continuar morrendo a cada minuto, asfixiado pelo medo, pela violência, pelo racismo, pela retaliação, pelo fanatismo, pelo egoísmo…?


Eu não quero viver assim, quero viver mergulhado na paz, por isso estou fazendo a minha parte e pedindo que você também faça a sua parte: mergulhe na paz!


Marcus Alberto de Mario
(Jornal Verdade e Luz Nº 190 de Novembro de 2001)

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