sábado, 9 de abril de 2011

Eu, Aurora



      

É fim de noite,
e eu saio a correr
por um campo extenso e verde,
com os pés descalços
sobre a relva.
Nos ombros nus,
pairam gotas de orvalho,
nos cabelos, o sereno.
E eu vou correndo...
Ao meu encontro
vem o vento,
que me beija o corpo,
esvoaça meus cabelos
e os faz dançar
harmoniosamente...
A lua faz transparente
o meu vestido branco,
mostrando para a noite
o meu corpo virgem.
A pele fresca
aspira a brisa noturna
E eu vou correndo...
Rasgando os véus da noite
e anunciando um novo dia.
Emocionadas,
as nuvens choram...
e suas lágrimas
batizam o novo ser
prematuro ainda,
E eu vou embora
a chorar também
Só eu, linda
Só eu, pura,
Só eu, mulher

 

Neiva Cristina

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