sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Celeste indulgência




Porque também nós éramos, outrora, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. - Paulo (Tito, cap. 3, versículo 3.)


 

Sempre que estivermos à beira da intemperança, a ponto de explodir como um vulcão de loucura, façamos uma pequena pausa para meditar na Indulgência Divina com que somos agraciados diariamente, para não cairmos em desequilíbrio, de graves consequências para nós e para o nosso próximo. 

Não podemos esquecer que estávamos outrora desarvorados e oprimidos, sofríamos de desilusão e cegueira, jazíamos desassisados na sombra, andávamos desesperados a blasfemar contra a vida, estávamos surdos e rebelados contra as leis; o Senhor, porém, jamais deixou de nos prestar auxílio em todos esses momentos de nossa existência. 

A cada situação de opressão e sofrimento, socorreu-nos com a concessão de um novo dia, para recomeçar de forma diferente e melhor; ante a cegueira que nos obstruía a ascensão em direção à luz, reformulou-nos a esperança e a maneira de assimilar as novas experiências, e investiu-nos com a bênção do equilíbrio para falar e agir com acerto; ante nossa desobediência às leis, facultou-nos o raciocínio para assimilar e praticar as normas do bom convívio.

Dessa forma, não olvidemos a tolerância e a paciência com que Jesus, nosso Mestre e Guia, nos suporta a ignorância há milênios, amparando e confortando nossos corações através de mil maneiras a cada passo de nossa caminhada, e entendamos definitivamente que é hora de mostrar toda a nossa gratidão a ELE, que até mesmo na hora suprema de seu testemunho demonstrou seu alto grau de benevolência para conosco, ao rogar ao Pai que nos perdoasse, pois não sabíamos o que estávamos fazendo. 

Sigamos seu Evangelho de amor e Luz, e tornemo-nos seus aprendizes autênticos, praticando a caridade para com o semelhante, como ele exemplificou para conosco, perdoando incondicionalmente nossas faltas; e, dessa forma, procuremos atender ao seu supremo apelo – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. 

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, os Imortais da Vida maior nos falam dos benefícios dessa sublime virtude para todos que a praticam, conforme segue: 

“Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde..., só Deus o sabe!...” Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.) 

Que o Mestre de Nazaré nos fortaleça a disposição de amar, crescer e servir cada dia mais e melhor, tornando-nos mensageiros fiéis de sua Divina mensagem.
 

Bibliografia:
1) Paulo: Tito, cap. 3, versículo 3.
2) O Evangelho segundo o Espiritismo – FEB, 115ª edição – Cap. XIII, item 11. 

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