domingo, 28 de julho de 2013

Pequenos passos



É interessante como ensaiamos movimentos racionalizados, para buscar compreender o movimento do universo e as ações divinas.

Em um desses movimentos, coloquei-me a refletir: existe em nós um movimento de tentativas de independência que começa a brotar por meio das vivências reencarnatórias, ao longo dos ciclos evolutivos.

Ainda criança, aprendemos pequenos movimentos. O pequenino se atreve a largar às vezes a mão dos pais, para se arriscar na aventura de firmar suas perninhas. Mesmo cambaleando, em impulso corajoso, lança-se. Um lançamento extraordinário, mas que guarda o olhar nas mãos protetoras que o esperam.

Percebo que em nosso movimento evolutivo nos assemelhamos aos pequeninos. Mesmo com as pernas ainda frágeis, aventuramo-nos em direção à nossa independência. 

Buscamos construir a nossa individualidade e responder à pergunta constante: “Quem somos?”.

Ao mesmo tempo, mobilizados por um impulso de preservação, estamos sempre buscando um olhar seguro e uma mão protetora que possa nos proteger e acalentar. 

Criamos um movimento de idas ao novo e voltas ao velho. De obediência e desobediência. Acalentar e ser acalentado. Ser livre e estar preso a algo.

Brilhe a vossa luz” (Mateus, 5:16), aconselhou-nos o Mestre Jesus. Brilhar, verbo em ação, traz-nos como recordação as estrelas, que só se fazem vistas por meio da vasta escuridão. Não podemos dizer que a escuridão pode nos atrapalhar quando, de fato, a nossa estrela queira brilhar a sua luz.

Luz, raio energético que pode atravessar meios materiais e imateriais, perpetua, procurando uma brecha. Quer existir, se puder.
Que, pela abertura das vivências evolutivas, possamos existir no vasto campo cósmico, não somente como algo passageiro, mas como uma energia que baila, buscando sua existência brilhante em meio ao breu das possibilidades da vida.

Que nossas mãozinhas, ainda na infância da nossa condição evolutiva, permitam-nos buscar a independência necessária ao nosso crescimento, sem esquecer a origem e os aprendizados de onde viemos.


Ainda que pequenos, firmes para crescer!


Fernanda Leite Bião

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